sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Marca mundial de um aparelho por habitante deve ser batida em breve

Quase 260 milhões de linhas telefônicas ativas. O número pode parecer absurdo, levando em conta que a população brasileira ainda gira em torno de 190 milhões de pessoas, de acordo com dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas o brasileiros são loucos por celular, e 35% deles trocam de aparelho todos os anos - e isso é essencial para a economia.

De acordo com a F-Secure, o Brasil está entre os países onde o consumo de aparelhos de celular é mais alto. A pesquisa aponta que, em outros lugares, o índice é bem menor: 7% na Bélgica, 5% na Alemanha e 4% no Japão. A explicação pode estar no alto número de dispositivos móveis roubados ou perdidos, que chega a 35%, quando a média mundial não passa de 11%, segundo a organização finlandesa. Ainda assim, o economista Afonso Arthur Neves Baptista, do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP) e da Ordem dos Economistas do Brasil (OEB), vê os números como indicativo de mudanças no consumo. "Os aparelhos eletrônicos, especialmente os celulares, mudam muito rápido. O brasileiro tem se tornado cada vez mais consumista, não quer ficar pra trás. O aumento no poder de compra também ajuda a elevar esses números", diz.

Baptista afirma que as vantagens oferecidas pelas operadoras também contribuem para o bom momento do mercado. "As empresas estão preocupadas em renovar constantemente seu laço com o cliente e, para isso, oferecem planos que atraem cada vez mais consumidores. Eles ficam presos à organização, e durante esse tempo veem as novidades e vão trocando de aparelho", acrescenta.

O setor de telefonia móvel é um dos grandes propulsores da economia brasileira. Segundo o conselheiro da Confecon-SP, o crescimento na venda de aparelhos tem reflexos diretos na geração de renda em várias áreas. "A venda de um aparelho beneficia de 12 ou 13 pessoas, direta ou indiretamente", diz. Esse número independe da importação, já que contabiliza tanto as movimentações de comércio internacional quanto operações relacionadas à prestação de serviços.

Marca mundial de um aparelho por habitante deve ser batida em breve
O crescimento no mercado é recente: segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil), 31,6 milhões de acessos foram ativados nos últimos meses, contabilizando 258,9 milhões de celulares no país - 132 aparelhos a cada 100 habitantes. O consumo, porém, segue na esfera dos serviços pré-pagos, que registra 81% dos acessos. Baptista explica que, mesmo com o troca-troca de aparalhos, o brasileiro ainda não se rendeu a planos mais completos principalmente por conta do custo. "No Brasil, o grande problema do celular é a alta taxação de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que é de 25% e acaba sendo responsável por 34% das tarifas sobre os minutos. Esse é o valor que a operadora repassa para o poder público. Mas os valores gastos são baixos, em média R$ 35 por mês", diz.

De acordo com a União Internacional de Telecomunicações (UIT, na sigla em inglês), seis bilhões de linhas móveis estavam habilitadas até o final de 2011. Os campeões são China e Índia, com um bilhão de linhas cada. Segundo o órgão, em breve deve ser batida a marca de uma assinatura de celular por habitante no planeta.
 

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