sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Playcenter


 
O  PLAYCENTER foi inaugurando na Marginal Tietê, em 27 de julho de 1973 quando um grupo de jovens empresários, entre eles o boliviano Marcelo Gutglas, constatou que em toda grande cidade da Europa e dos Estados Unidos havia um parque de diversões e decidiu trazer para São Paulo um pouco dessa magia, um parque inovador com 20 atrações, entre brinquedos giratórios, teleférico, splash, o famoso Labirinto de Espelhos e a Super Jet, a primeira montanha-russa do país, instalados numa área de 50 mil metros quadrados. O empreendimento pioneiro logo se tornou cartão postal da cidade. No ano de sua inauguração, o PLAYCENTER realizou a primeira edição do Dia Especial (dia em que o parque abre exclusivamente para cerca de 5 mil visitantes portadores de deficiência física, mental ou sensorial). Em 1975 foi criado o ingresso Passaporte da Alegria, que dava direito a usufruir dos brinquedos (exceto os pagos à parte).
      Nos anos seguintes, o parque paulistano se tornou famoso ao lançar novos brinquedos cada vez mais modernos, como a montanha-russa Tornado em 1982, e promover grandes eventos. A área do parque foi ampliada para abrigar novas atrações e oferecer mais conforto e serviços aos visitantes como o Orca Show, um espetáculo de acrobacias de golfinhos (inclusive Flipper, o famoso golfinho do seriado de TV) e baleias em um tanque (1983 a 1989), e o Show dos Ursos, em que atores vestidos de ursos cantavam e dançavam. No final da década de 80, foi realizada a primeira edição das Noites do Terror, que se transformaria no evento mais rentável do PLAYCENTER a partir da próxima década.
A década de 90 foi marcada por algumas inovações, entre elas o PLAYCIÊNCIA, criado em 1997 como um programa pioneiro na aplicação do conceito de “edutainment” (união dos termos educação e entretenimento em inglês) na América Latina. Nesta época, a GP Participações, que detinha 50% das ações do empreendimento, assumiu o controle da empresa. Apesar da aposta, o setor de parques de diversões como um todo decepcionou investidores nos anos seguintes, principalmente por conta da forte desvalorização do Real em 1999. E o PLAYCENTER estava no meio da crise. A controladora decidiu, em 2002, vender o empreendimento, e Gutglas, que estava afastado desde 1997, retomou a direção com o objetivo de revitalizar o parque, que não recebia investimentos desde 1998.
 
Ao retomar a administração do Playcenter em 2003, o empresário Marcelo Gutglas tinha um grande desafio: salvar o famoso parque paulistano. Após o parque passar por uma ótima fase de investimentos em 1998, o Playcenter iniciava uma grande crise, provocada pela construção do até então "Playcenter Great Adventure". Depois de muitos problemas, o novo parque acabou sendo chamado de "Hopi Hari" e se desvinculou do Grupo Playcenter.
A atenção que o Playcenter recebia pela sociedade foi se dispersando e os olhos da população se voltaram para o Hopi Hari, na época, um novo parque... Um parque de primeiro mundo... Tudo muito impecável e novinho! Já a situação do Playcenter era a oposta: falta de investimentos comprovavam a "decadência" do parque. Eram constantes os comentários do tipo "O Playcenter vai falir!". As pessoas que visitavam o parque se deparavam com muitas atrações fechadas para manutenção, algumas com a pintura bastante ultrapassada e pichações.  A saída? Baixar o preço do passaporte. Com isso, o nível das pessoas que visitavam o Playcenter caiu muito, assustando as poucas famílias que ainda visitavam o parque e que acabaram encontrando no Hopi Hari uma ótima opção de lazer.
Se a situação continuasse assim, o jeito seria fechar as portas, porém o empresário Marcelo Gutglas, que recomprou o Playcenter em 2003, tinha um grande desafio pela frente: recuperar o parque e também sua imagem.  
A partir daí, começava o "Projeto de Reestruturação do Playcenter". Foram feitos vários estudos para definir os novos rumos que a empresa iria seguir. O parque pretendia voltar a ser um local para a família inteira e não um parque apenas para jovens, como na gestão anterior, já que a família é o público que mais gera receita para o parque atualmente.
Logo no final de 2004, todo o terreno próximo à entrada do parque foi cercado por tapumes e ali começava a construção de uma nova área infantil, mais atraente e moderna, com algumas novas atrações voltadas para as crianças que, há alguns anos atrás, não tinham muitas opções de brinquedos.
A maioria das atrações foi recolocada no parque: o Turbo Drop foi montado onde existia um espaço para funcionários atrás da curva do Waimea. A atração ganhou uma nova cor (laranja), para chamar mais atenção. No topo da torre, foi atualizado o logotipo do parque, mostrando que a partir dali, começava uma nova época... Começava "O novo Playcenter do Playcenter"!
E era com essa frase que diversas placas espalhadas pelo parque diziam: "Em breve, um parque ainda melhor para você! Em breve, o novo Playcenter do Playcenter!" Ninguém entedia nada! O parque sendo cortado ao meio, atrações desativadas e várias placas assim espalhadas? Seria o fim? Ou o recomeço?
Logo após o parque já ter desativado completamente os terrenos que não iriam mais fazer parte da empresa, começava mais uma ação: reorganizar e melhorar sua estrutura. Na época, foi construída uma mega Praça de Alimentação, com capacidade para mais de 1000 pessoas. O Playcenter também ganhou uma nova área de shows e eventos, além de reformar todos seus sanitários. Também na mesma época, algumas atrações do parque foram reformadas e ganharam uma nova pintura. Novas filas foram instaladas, inclusive novos jardins. A portaria do parque foi modernizada com catracas eletrônicas. O local mais parecia um canteiro de obras! O Playcenter ganhou uma nova comunicação visual.

Logo após começou a montagem da Windstorm, nova montanha-russa do parque, sendo a primeira nova atração do "Novo Playcenter". Já em agosto, começava mais uma edição de um dos maiores eventos temáticos do mundo: as "Noites do Terror", que apresentaram a edição "O Vale do Medo" - primeira edição do evento após a redução do terreno. As "Noites do Terror" foram um sucesso, e as pessoas começavam a perceber que o parque não estava falindo e sim renascendo.
Em 2006, com o parque completamente "arrumado", começava mais um ponto importante do processo de reestruturação: cuidar do visual do parque, e para isso, foram plantadas mais de 500 árvores por todo o seu terreno. Uma das vontades do empresário Marcelo Gutglas era fazer do Playcenter um grande bosque, repleto de árvores, atrações e tudo em um ambiente bastante agradável. Muitos jardins foram feitos no parque, além de praças com um belo paisagismo. Algumas atrações foram reformadas, uma delas o Double Shock, que ganhou novas cores e ficou ainda mais bonito.
Já em maio de 2006, começava o ponto crucial do projeto: fazer com que as pessoas pensassem no Playcenter de uma outra forma... Descobrisse o "Novo Playcenter", voltado para a família, e que estava totalmente reformado e com novidades a caminho. Para isso, foi lançada a campanha "Playcenter Uuuaauuu!!" Junto com a campanha, vieram grandes outdoors nas principais vias de São Paulo.
Já nas emissoras de rádio, era criado o "Uuuaauumetro", onde no comercial, um cientista testava a intensidade do "uuuaau" das pessoas: "Entrar no Orkut,? Uuaauu! Visitar o Playcenter? Uuuuuaaaaaaaauuuuuuuuu!!!" O comercial ficou muito famoso e desde o primeiro, foram lançados vários outros... Já na Internet, o Playcenter ganhava um novo portal. Começou a reforma do site do parque, que voltou totalmente moderno, com muitas fotos das atrações, espaço para download de papéis de parede e "Uuuaauupeapers", fotolog, mapa, roteiros, entre outras coisas.
Em agosto de 2006, começava a 19º edição das "Noites do Terror", e desta vez, com o tema "O Final dos Tempos". O Playcenter mostrava uma das suas melhores edições, com 3 grandes labirintos feitos pela Indiana Mystery e mais 10 atrações de terror, entre cenários, passagens e tematizações. Foram mais de 120 atores e o evento chegou a bater recorde de visitas. Mais de 500 mil pessoas em 54 dias de evento, e para diminuir as filas, o parque trouxe um Crazy Dance temporário, que permaneceu cerca de 3 messes por lá. O parque fechava 2006 com recorde de público e também de faturamento.
Em 2007, o Playcenter ainda continuava com as reformas de algumas atrações como: Autopista, Splash (reforma mecânica), Magic Motion (novo filme), Looping Star (novo carrinho) etc. O Playcenter também levou adiante a idéia de transformar o parque em um verdadeiro bosque, e junto com a fundação S.O.S Mata Atlântica, ganhou o selo "Em dia com o Planeta. Carbono neutro!". Pela grande quantidade de árvores plantadas, o parque neutralizou a emissão de carbono gerada por ele mesmo, e também aproveitou para abrir uma nova atração: o espaço "Florestas do Futuro", onde os visitantes podem ver painéis falando sobre a preservação ambiental, conferir algumas árvores em extinção e aprender a plantar árvores.
Já em abril de 2007, começava o DiverCidade, evento que reuniu diversas atrações e shows. Em junho, chegou ao parque o Tagadisco, que foi muito pedido pelos "PlayManíacos" em parceria com a comunidade do Playcenter no Orkut. O parque estava reformando a atração, que só chegou a operar no início das Noites Do Terror (20ª edição) e juntamente com o evento, circulava um mistério: "Direto da África, a Nova Atração do Playcenter!" Tratava-se do Mistério da Monga, atração projetada pela Indiana Mystery desde o início do ano. Novembro chegou e a atração abriu com sucesso de critica e público. A Monga ganhou um forte marketing e foram divulgados 3 comerciais sobre ela na TV. Sem dúvida, um grande sucesso Mas antes de tudo isso acontecer, o parque entra em crise no anos 2000, quando o Ebtida (lucro antes de juros, investimentos, depreciações e amortizações) caiu de R$ 12 milhões para R$ 2 milhões. Em 2003, por exemplo, houve um dia no qual o Playcenter registrou 30 visitantes - a capacidade é para 15 mil pessoas.
Para crianças. Em 2004, houve atrasos de aluguel e funcionários foram demitidos. O parque chegou até a devolver 12% de sua área para evitar uma ação de despejo. Para tentar atrair um novo público e fechar as contas, o grupo Playcenter planeja agora gastar R$ 40 milhões entre pesquisas, projetos, instalações, atrações e marketing para criar um novo parque temático infantil, nos mesmos moldes do extinto Parque da Mônica (Shopping Eldorado) ou de parques estrangeiros como o Legoland ou o parque de Asterix na França.  
Em 2001 a situação do parque piorou devido a um acidente, 32 pessoas chacoalhavam em uma geringonça gigante chamada Double Shock, que sobe a até 12 metros do chão e gira verticalmente, como um pêndulo. Em uma das primeiras voltas, porém, uma das quatro travas de segurança se soltou, arremessando oito visitantes de uma altura de 7 metros.
O episódio com o Double Shock golpeou o Playcenter em um momento crítico. Em setembro de 2011, um dos dois trenzinhos que se alternam na montanha-russa Looping Star não conseguiu frear e se chocou com o outro, deixando um saldo de dezesseis feridos — a maior parte deles com pouco mais de 10 anos de idade. A falta de renovação das atrações do Playcenter é um dos principais motivos de sua decadência.
 Por fim em 2012 o parque fecha suas portas, segundo Gutglas, a decisão de mudar o foco do Playcenter foi tomada há dois anos. "Nos dias de hoje, uma empresa como a nossa precisa se reinventar sempre e após muitas pesquisas identificamos a falta de parques de diversão para a família toda em São Paulo. A partir dai, definimos que o conceito do novo parque é oferecer serviços e atrações de qualidade, onde pais e filhos possam se divertir juntos”.  
Conforme Gutglas, o novo parque quer oferecer à família serviços e atrações que possibilitem uma interação entre pais e filhos. "O projeto prevê brinquedos em que os pais sejam incluídos na brincadeira, desfrutando com seus filhos de experiências novas, dentro de um ambiente único, com capacidade limitada a um máximo de 4.500 visitantes por dia", conta. O atendimento e serviços prometem ser "premium", nos moldes dos internacionais Legoland e o Nickelodeon.

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